sábado, 5 de janeiro de 2013

Análise cinema - O Hobbit Uma Jornada Inesperada


O Hobbit Uma Jornada Inesperada é a primeira parte de uma trilogia idealizada pelo cineasta Peter Jackson, que adapta o livro O Hobbit de J. R. R. Tolkien. A trama conta a historia do jovem Bilbo Bolseiro, que por intermédio do mago Gandalf ingressa em uma jornada que o levará a uma grandiosa aventura pela Terra Média. O filme foi produzido pela New Line Cinema e distribuído pela Warner Bros, com direção de Peter Jackson e com Martin Freeman, Ian McKellen, Richard Armige, Andy Serkis, Hugo Weaving e Christopher Lee no elenco.


Para os desavisados o O Hobbit se passa no mesmo universo, criado por J. R. R. Tolkien, mostrado na trilogia do Senhor dos Anéis, ocorre anos antes e funciona como um pequeno prefacio para a grande guerra do anel. Na trama vemos o jovem Bilbo Bolseiro, tio de Frodo, ingressando em sua primeira aventura com a comitiva de anões liderada por Thorin Escudo de Carvalho, que busca recuperar Erebor, antigo reino dos anões, que foi tomado pelo dragão Smaug.

Assim que O Retorno do Rei estreou nos cinemas em 2003, a pergunta que todo fã de O Senhor dos Anéis se fez foi quando teríamos uma nova aventura ambientada no incrível universo criado por Tolkien, a resposta mais obvia era em O Hobbit. Os anos passaram e finalmente foi anunciado que filme seria produzido, para deleite dos fãs, e apos uma pré-produção um pouco conturbada o filme finalmente saiu do papel e sobre o comando do próprio Peter Jackson que retornou não só como produtor, mas também como diretor. Isso só fez com que a expectativa dos fãs aumentasse ainda mais.

Para os que não leram O Hobbit, podem estranhar a diferença da narrativa mostrada em O Senhor dos Anéis, em O Hobbit a trama é bem mais leve e não passa a sensação de urgência como na trilogia do anel, tanto que a primeira metade no filme é conduzida de forma totalmente despreocupada, tudo acontece lentamente, ambientando aos poucos o tom da nova aventura que se mostra bem menos épica e muito mais cômica que a da trilogia do anel.

Apesar de O Hobbit ser uma historia quase que alto contida, o diretor Peter Jackson introduz muitas situações e personagens que não aparecem na trama original, seja por necessidade de correlacionar a historia com O Senhor dos Anéis, seja para expandir a historia de forma a torna-la mais interessante. E isso é feito de forma incrivelmente coerente, sem prejudicar em nada a historia principal, assim temos a oportunidade de ver a queda de Erebor, como introdução da trama, a reunião do conselho branco, o mago Radagast, que originalmente aparece no livro A Sociedade do Anel, o surgimento do Necromante na Floresta das Trevas e até mesmos o orc Azog, que é apenas citado no livro, ganha destaque como vilão da trama. Para alguns tais mudanças não deveriam ter sido feitas, mas é inegável que elas foram necessárias, pois tornaram a trama ainda mais interessante e não prejudicam em nada na narrativa da mesma.

No elenco vemos o retorno de muitos atores que participaram da trilogia do anel e mesmo sendo ótimo ver o retorno de Ian McKellen como Gandalf, Hugo Weaving como Elrond e Cate Blanchett como a bela Galadriel, o destaque fica para Martin Freeman como Bilbo Bolseiro e Richard Armige como Thorin Escudo de Carvalho. Freeman foi uma escolha perfeita para o papel de Bilbo, pois conseguiu incorporar as principais características do personagens, Bilbo é um Hobbit pacato, acomodado, que nunca se viu em uma aventura e sofre náuseas apenas em pensar na possibilidade de se afastar da usa aconchegante toca, mas apesar disso vai demostrando uma coragem e astucia surpreendentes ao longo da historia. Já Armige entrega um Thorin imponente, altivo, orgulhoso e até mesmo sombrio fazendo com que o personagens seja um ótimo contraponto ao tom leve da aventura, tenho certeza que nos próximos filmes Armige surpreenderá ainda mais com seu Thorin.

E é claro não podemos esquecer de Andy Serkis como Gollum, assim como em As Duas Torres, Serkis rouba a cena com o seu expressivo e incomparável Sméagol, a cena com as charadas no escuro entre Gollum e Bilbo é um dos pontos altos do filme, pois ao mesmo tempo que é extremamente engraçado, se torna igualmente tensa pelo perigo crescente em que Bilbo se encontra. As expressões de Gollum estão ainda mais realistas e impressionantes, provando mais uma vez que Andy Serkis é uma ator excepcional.

Na parte técnica, O Hobbit é quase que impecável,  Peter Jackson fez questão de trazer de volta a mesma equipe de produção da trilogia do Senhor dos Anéis, garantindo assim uma ligação criativa entre os filmes. Figurino e maquiagem estão impecáveis em especial a maquiagem dos anões e mesmo sendo difícil decorar o nome dos treze anões da comitiva é inegável que visualmente cada um tem identidade, como Kili e Fili, visualmente os mais jovens, ou Bombur, incrivelmente gordo, ou o brutamontes do grupo Dwalin e o que mais me chamou a atenção, Balin com olhos grandes, narigudo e barba branca, o visual clássico e simplório tornou o personagem único.

Assisti O Hobbit na versão normal e na versão HFR, que apresenta 48 quadros por segundo, ambas em 3D, a versão normal infelizmente me decepcionou, pois o 3D não surpreende nem um pouco, passando quase que despercebido durante todo o filme, já na versão HFR o 3D é bem mais evidente deixando algumas cenas bem mais interessantes, como o resgate da comitiva pelas águias, mas confesso que no geral não cheguei a ver grandes diferenças entre os formatos, apenas em algumas cenas fica bem evidente o contorno dos personagens perante ao cenário digitalmente criado, mas nada que prejudicasse a experiencia. Portanto, pelo menos para mim, ainda é cedo para dizer se o tão comentado 48 quadros por segundo realmente trará grandes mudanças para o cinema.

O Hobbit é um ótimo filme, que tem um inicio um pouco arrastado, mas que ganha ritmo no decorrer da trama, com um tom cômico que o diferencia em muito da trilogia do anel, mas esse é justamente seu maior feito, pois o filme não se trata de uma aventura épica onde o Senhor do Escuro deve ser derrotado, mas sim, da jornada e descobertas de Bilbo Bolseiro ao se aventurar pelos confins da Terra Média, e nesse aspecto O Hobbit Uma Jornada Inesperada se demostra excelente e intocável.

"Estou a procura de alguém para compartilha de uma aventura" - Gandalf





2 comentários:

  1. Nosssaaaa.... minha cabeça explodiu quando assisti o O Hobbit.... Ja havia lido o livro e ficou evidente para mim as alterações realizada para o filme. Cara, quando vejo as cenas imaginadas durante a leitura sendo exibidas na mesma hora penso "era isso mesmo!!!" hahahaahh... Bom, quando me falaram q o O Hobbit so trataria desta primeira parte do livro fiquei decepcionado. Poque ela é realmente meio parada, mas, como vc falou, ele fez as alterações certas nos momentos certos e isso deu uma agitada na historia. Em minha opiniao faltou mostrar mais da relação entre os anoes e bilbo, bom talves isso fique mais para o proximo filme. de qualquer forma ficou muito bom!! Manter a equipe do SDA foi uma otima decisao e, mais uma vez, temos uma triologia de verdade ;) . Depois desse vou pegar meu livro e ler de novo rsrsrsrsrs.... Mandou super bem Luis! Valews!!!

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    1. Valeu Pablo...

      Para quem leu os livros e conhece o universo de Tolkien sabe, que mesmo com as mudanças feitas, a essência do O Hobbit esta lá...

      Também achei a relação entre Bilbo e a comitiva pouco desenvolvida, mas isso com certeza sera melhor trabalhado no segundo filme, afinal ele se passará na Floresta das Trevas, onde Bilbo prova seu valor de forma definitiva para comitiva...

      Por mais que eu não ache O Hobbit um filme perfeito, toda as vezes que penso nele não consigo ficar deslumbrado e ansioso com o próximo filme...

      Que 2013 acabe rápido para podermos ver "A Desolação de Smaug"

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