sábado, 6 de dezembro de 2014

Análise games - Dragon Age II


Quando Dragon Age II foi anunciado, a expectativa não poderia ser maior, afinal Dragon Age Origins foi, sem sombra de dúvida um dos maiores RPGs da última década, porém ao ser lançado o segundo game da franquia não superou as expectativas, minha decepção foi tanta que nem me dei ao trabalho de finaliza-lo, mas com o lançamento do terceiro game da franquia me motivei a rejoga-lo e finalizar a campanha, e não é que fui surpreendido ao mudar o meu conceito inicial do game.

É impossível e ilógico não comparar Dragon Age II com o seu antecessor e esse é justamente o maior problema do game, enquanto em Dragon Age Origins é mostrado a jornada dos Grey Wardens para unir toda a Ferelden com o objetivo de deter a “Ruina” e derrotar o Archdemon, em Dragon Age II a trama é resumida na ascensão ao poder de um personagem pouco expressivo em meio a intrigas políticas em uma única cidade que se mostra extremamente genérica.

Na trama assumimos Hawke, um cidadão de Ferelden que com a chegada da Ruina, decide fugir com a sua família para Kirkwall, uma cidade litorânea ao norte do continente. Chegando na cidade, sem nenhum recurso, tendo que cuidar da sua mãe e irmã, ou irmão, dependendo da classe que escolher, é obrigado a buscar trabalho como mercenário e assim começa a jornada de Hawke em Kirkwall em busca de ascensão, que o leva a se envolver em diversas tramas que cominam no tenso conflito entre Magos e Templários.

No universo de Dragon Age os magos são reprimidos e controlados pela Chantry, através dos cavaleiros templários, a trama do segundo game dá maior destaque para esse conflito, mostrando aos pouco os males que ambos os grupos submetem aos seus opositores, com o desenvolvimento da história Hawke acaba se envolvendo em tal conflito e aos poucos é obrigado a tomar partido de um dos lados.

A história de forma alguma é ruim, é muito bem desenvolvida e consegue transmitir a tensão crescente entre Magos e Templários, mostrando de forma coerente o ponto de vista de ambos os grupos, tornando bastante difícil tomar partido de um deles. No final acabei optando ficar ao lado dos magos, já que não concordava com o regime opressivo dos templários, mas admito que os cavaleiros da Chantry tinham os seus motivos, já que muitos magos se aliaram a demônios para alcançar os seus objetivos.

O que contribui em muito com o envolvimento com a trama é o fato dos diversos companheiros de batalha de Hawke terem opiniões e interesses próprios no conflito entre magos e templários, com destaque para Marril, uma maga de sangue que tem toda uma visão distinta sobre a magia, Fenris um ex-escravo que foi extremamente torturado por magos e Anders, um mago que a anos tenta fugir na opressão dos Templários.

Em termos de jogabilidade o game sofreu algumas alterações ficando bem semelhante a um game de ação, o combate está bem mais fluido e direto, indo totalmente ao contrário do primeiro game, onde a ação era mais lenta e a jogabilidade bem mais tática, em Dragon Age II não importa qual classe escolha, seu personagem sempre será ágil e desferirá golpes intensos e rápidos, isso com certeza agrada os novos jogadores, mas deixou muito a desejar para aqueles que gostaram da proposta mais estratégia da jogabilidade do primeiro game.

A jogabilidade não foi a única a sofrer alterações, os visuais dos Darkspawns, Elfos e Qunaris sofreram algumas mudanças. Os Qunaris ganharam grande chifres que deixou os grandes guerreiros de pele cinza ainda mais imponentes. Já os elfos ganharam orelhas ainda mais pontiagudas e maiores e seus narizes se tornaram alinhados com suas testas, fazendo seu visual ficar bem característico e único. As mudanças, em ambas as raças, me agradaram bastante, pois deu mais identidade ao game, porém as mudanças feitas nos Darkspawns, não me agradaram nem um pouco, suas feições foram mudadas, fazendo-os parecer zumbis genéricos e não lembrando nem um pouco as criaturas assustadoras do primeiro game.

A ambientação do game foi bem reduzida se comprado ao primeiro, enquanto em Origins você explorava toda a Ferelden, passando por diversos cenários distintos e únicos, em Dragon Age II, tudo se resume a cidade de Kirkwall e seus diversos distritos, o game até permite explorar os alguns ambientes fora da cidade, mas eles são bem genéricos e limitado, na verdade tudo se torna meio genérico depois de algum tempo de jogatina, já que o game ao longo da trama te leva sempre para os mesmos lugares e cenários.

Dragon Age II de forma isolada é um bom RPG de ação, que peca em alguns aspectos, mas que apresenta uma boa história que expande de forma satisfatória o universo de Dragon Age, mas como deixado claro ao longo dessa análise o game se torna mediano se comparado com o seu antecessor. Um game indicado para os fãs da franquia que querem se aprofundar um pouco mais no universo de Dragon Age e o conflito entre Templários e Magos.

“Se torne o Campeão de Kirkwall”


Informações adicionais:
Nota geral: 07.
Tempo dedicado ao game: 44 horas.
Conquistas desbloqueadas: 36 de 50.
Dificuldade geral: Fácil.
Modo de jogo: Singleplayer.
Idioma: Inglês, tradução disponível no Blog Dragon Age Brasil.

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