terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Análise cinema - Pantera Negra


Pantera Negra é o decimo oitavo filme da Marvel Studios, com a direção de Ryan Coogler e com  Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong'o, Danai Gurira e Andy Serkis no elenco. O longa estreou nos cinemas nacionais no dia 15 de fevereiro de 2018.

O personagem Pantera Negra foi apresentado de forma excelente no longa Capitão América: Guerra Civil de 2016 e uma grande expectativa foi criada para o filme solo do personagem e principalmente se o heróis conseguiria manter um filme sozinho sem apelar para o já cansativo discurso político de segregação racial. A boa notícia é que o diretor Ryan Coogler consegue entregar um filme extremamente equilibrado e consistente naquilo que se propõe.

O longa abre com uma belíssima narrativa apresentando a origem de Wakanda e como ela se tornou a nação mais avançada da terra e para proteger seu povo decidiu manter-se oculta do resto do mundo. A trama do filme se desenvolve sobre esse aspecto, se a maior nação da terra deve se manter fiel as suas tradições e continuar alheia aos problemas do mundo ou se deve abrir suas fronteiras e partilhar todo seu conhecimento e tecnologia com o resto do mundo.

A trama inicia de fato com T'Challa retornando para Wakanda para ser coroado rei, após uma excelente cena de iniciação, o primeiro desafio do agora Rei T'Challa é capturar o contrabandista Ulysses Klaue, que há anos vende o Vibranium roubado de Wakanda, porém o herói falha, o que revela a existência de um novo antagonista, Erik Killmonger, que almeja tomar o trono do Pantera Negra.

Killmonger é um excelente personagem, forte nas suas convicções e cruel na busca pelos seus objetivos. O vilão almeja o trono não só por desejar o poder, mas também por considerar que a tecnologia de Wakanda deve ser utilizado para colocar o mundo de joelhos perante aqueles que sempre foram oprimidos. O interessante é que o posicionamento do antagonista faz o próprio protagonista refletir sobre o papel de Wakanda no mundo e se suas tradições protecionistas devem ser mantidas, principalmente após descobrir os segredos que envolvem a origem de Killmonger.

Além de desenvolver de forma excelente o antagonismo entre T'Challa e Killmonger, o filme ainda conta com ótimos coadjuvantes, como a princesa Shuri, irmã de T'Challa, espirituosa e divertida, ou o vilão Garra Sônica, que mesmo tendo pouco tempo de tela, rouba a cena devido a ótima atuação de Andy Serkis.

O filme conta com ótimas cenas de ação, com destaque para a cena de perseguição na Coreia. Além disso, Coogler consegue adaptar de forma excelente a cultura e tecnologia de Wakanda, fazendo um ótimo amálgama entre o teor fantástico dos quadrinhos com a própria cultura africana do mundo real. O resultado é uma Wakanda bem crível.

Pantera Negra é um excelente filme, que adapta de forma consistente, as principais bases do material original, com uma trama muito bem contida, mas que deixa espaço para o desenvolvimento de inúmeras histórias em futuras sequências. Considerado por parte da crítica como o filme mais politizado e representativo da Marvel, sim a mensagem política está presente, mas sem se tornar enfadonha ou o foco principal da narrativa, a grande verdade de Pantera Negra é que ele é um filme muito bem dirigido, com um ótimo desenvolvimento de personagens e um excelente elenco, que tornam o longa um dos melhores filmes de super-heróis dos últimos anos.

"Wakanda para sempre!" - Okoye




Informações adicionais:
Nota geral: 09.
Duração: 2h15min.
Cena favorita: O confronte entre T'Challa e Killmonger no alta da cachoeira cerimonial de Wakanda, referenciando um cena icônica dos quadrinhos.

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